características gerais dos peixes

"Vertebrados adaptados para viver apenas na água"


            Adaptados exclusivamente ao ambiente aquático, os peixes compreendem cerca de 25.000 espécies, um número maior do que a soma de todas as espécies de vertebrados terrestres conhecidos. 
            Admite-se que os primeiros vertebrados surgiram há cerca de 500 milhões de anos nos mares e eram desprovidos de mandíbulas. Esses animais, chamados de ostracodermos, eram pequenos e viviam no fundo do mar, filtrando alimentos que se encontravam no lodo. Há cerca de 450 milhões de anos, a partir de alguns ostracodermos, surgiram os placodermos, vertebrados que possuíam mandíbulas, que permitiam a eles atuar como eficientes predadores. A lampreia descende dos antigos ostracodermos. Os peixes atuais e todos os demais vertebrados descendem dos placodermos.
            Os peixes constituem a maioria dos vertebrados e todos têm, em comum, muitas características que os adaptaram à vida na água. Os peixes ancestrais não possuíam mandíbula, eram bentônicos e pertencentes à classe Agnatha. A maioria dos agnatos está extinta, mais a classe ainda é representada hoje em dia pelas lampreias e peixes-bruxa. 
            Com a evolução das mandíbulas e dos apêndices pares, os peixes tornam-se mais ativos e capazes de alimentarem-se de diferentes maneiras. Os peixes mandibulados atuais estão pados em duas classes: os tubarões e raias na classe Chondrichthyes, com esqueleto cartilaginoso, e as percas e outros peixes similares da classe Osteichthyes, que possuem um esqueleto ossificado pelo menos em parte. As características distintas das classes existentes são resumidas a seguir.

CLASSIFICAÇÃO E DIVERSIDADE
            Os peixes são classificados em três grandes classes: Agnatha, Chondricthyes, Osteichthyes, abaixo:



                                                   CARACTERÍSTICAS DA CLASSE AGNATHA

(peixe bruxa)
            As mandíbulas estão ausentes. As nadadeiras pares estão ausentes na maioria das espécies, as abas peitorais estavam presentes em algum formas extintas. As espécies primitivas tinham a pele revestida por formes escamas ósseas, que foram perdidas nas atuais. As partes mais internas do esqueleto são cartilaginosas nas formas atuais e parece que nas espécies extintas elas também não eram ossificadas. O notocórdio embrionário persiste nos adultos. Um olho pineal mediano e fotossensível está presente. As espécies atuais, como a maioria das extintas, apresentam uma narina única e mediana, localizada à frente do olho pineal. Sete ou mais aberturas branquiais estão presentes. A faringe é utilizada, na alimentação por filtração nas larvas e nos adultos das espécies que estão atualmente extintas, isto é, não são mais encontradas.

CARACTERÍSTICAS DA CLASSE CHONDRICHTHYES
(basking)
            As mandíbulas e as nadadeiras pares estão presentes. As escamas ósseas estão reduzidas a delgadas escamas placóides ou foram completamente perdidas. As partes mais internas do esqueleto são totalmente cartilaginosas. O olho pineal foi perdido. Eles são peixes compactos, sem pulmão ou bexiga natatória. Seus corpos são achatados no sentido ântero-central e a maioria das espécies continua com a cauda heterocerca primitiva. Suas narinas são pares. Os cinco pares de aberturas branquiais abrem-se independentemente na superfície corporal na maioria das espécies, ao contrário daquelas em que uma câmara branquial está recoberta por um opérculo. intestino é curto e a área superficial é aumentada por uma válvula espiral. Os machos possuem um clasper sobre a nadadeira pélvica, que transfere os espermatozóides para a fêmea. A fecundação é interna.
 
                                             CARACTERÍSTICAS DA CLASSE OSTEICHTHYES
(baiacu)
Em geral, as escamas ósseas estão presentes, mas as camadas superficiais primitivas de ganoína e cosmina foram perdidas na maioria das espécies atuais. As partes mais internas do esqueleto sempre apresentam alguma ossificação; na maioria das espécies, o esqueleto é completamente ossificado. O olho pineal continua presente nas espécies primitivas. Pulmões ou bexigas natatórias estão presentes, exceto em poucas espécies bentônicas, que os perderam secundariamente. Como não poderia deixar de ser nos peixes de corpos ágeis, a cauda tornou-se homocerca na maioria das espécies atuais. As aberturas branquiais se abrem numa câmara comum, coberta por um opérculo. A válvula espiral do intestino foi perdida em todas as espécies, exceto na maioria das primitivas. A área superficial é maior devido a um aumento do comprimento do intestino e cecos pilóricos. A maioria das espécies é ovípara e a fecundação é externa. Em algumas espécies vivíparas, nas quais a fecundação é interna, o órgão copulador do macho é uma parte modificada da nadadeira anal. 

A estrutura dos órgãos dos sentidos permite a detecção de mudanças ocorridas na água. Seu coração bombeia apenas sangue venoso - através das brânquias. Uma língua muscular está ausente. Os peixes mais primitivos, que surgiram antes do período Cambriano superior, eram ostracodermos possuidores de armaduras resistentes e pertencentes à classe Agnatha. A maioria era dulcicola e alimentava-se de sedimentos, com a boca sem mandíbulas. Eles não apresentavam nadadeiras pares bem desenvolvidas e não eram peixes muito ativos Os únicos vertebrados agnatos ainda existentes são as lampreias e peixes-bruxa da ordem Ciclostomata. Eles também não possuem mandíbulas nem apêndices pares. As mandíbulas, que surgiram primeiro nos acantódios, evoluíram de um arco visceral alargado, o arco mandibular. Ossos dérmicos podem unir-se ao arco mandibular. Os acantódios possuíam mais de dois aparelhos de apêndices pares, que eram sustentados por espinhos. Os placodermos são uma classe de peixes primitivos extintos, muitos dos quais possuíam mandíbulas semelhantes a machadinhas. 
A classe Osteichthyes está dividida em três subclasses. Os Acanthodii, um grupo extinto, apresentava nadadeiras pares com uma base larga, sustentadas por espinhos simples. Os Actinopterygii (percas e espécies assemelhadas) tem nadadeiras pares em forma de abano sustentadas por raios moles. Os Sarcopterygii (peixes pulmonados e crossopterígios) possuem nadadeiras pares lobuladas, sustentadas por um eixo central, carnoso e ósseo. A subclasse Actinopterygii está dividida em três infraclasses: Chondrostei, representada por algumas espécies consideradas relíquias (Polypterus e Acipeonser); Holostei, também representada por algumas espécies relíquias (Lepisosteus e Amia), e Teleostei, que inclui a maioria das espécies atuais. 



Adaptações dos peixes de profundidade
            As modificações morfológicas dos peixes das profundezas são o resultado, numa perspectiva evolutiva, das pressões seletivas que este meio foi fornecendo ao longo do tempo. O conjunto de todas essas características, como a coloração, a estrutura mandibular, a musculatura, o posicionamento das barbatanas, e os olhos, fornece-nos, para cada espécie, uma expressão morfológica que define e individualiza os diferentes nichos ecológicos.

            O fenômeno de adaptação evolutiva inclui em si outras particularidades que não são tão óbvias, como as diferenças entre as estruturas morfológicas. A adaptação do animal no seu tempo de vida é um desses exemplos, e de modo a se obter uma compreensão generalizada de todo o processo de adaptação é necessário o estudo de vários espécimes em diferentes estágios de vida.

            A grande maioria dos peixes que vivem nas profundezas têm um comportamento bentopelágico de modo a minimizar o gasto de energia. Nadam acima do fundo, permanecendo com uma flutuabilidade neutra devido à baixa densidade óssea e à bexiga gasosa. Mesmo espécies que vivem a mais de 5000 m de profundidade, onde a pressão excede as 500 atmosferas, conseguem secretar gases para a bexiga gasosa, através de um sistema de contracorrente que envolve glândulas altamente especializadas.

            A sua zona dorsal apresenta uma coloração escura, de modo a se confundirem com o ambiente. Esta coloração tanto pode ser conferida por pigmentação preta, como por pigmentação vermelha, por ser esta uma das primeiras cores do espectro visível a se perder quando luz penetra nas águas oceânicas. Regra geral, os flancos laterais desses peixes são metalizados de modo a refletirem a luz incidente, camuflando-os de todos os ângulos visíveis.

            As adaptações mais padronizadas que os peixes, tanto pelágicos como bentônicos, sofreram quando migraram para as profundezas dos oceanos tiveram haver com o gradiente vertical de intensidade de luz.

            A rápida diminuição na intensidade de luz com a profundidade resultou num aperfeiçoamento, ou modificação, nos sistemas sensoriais dos peixes bentônicos das profundezas. Surpreendentemente, ao contrário dos peixes pelágicos das profundezas, não ocorreu nenhuma diminuição de complexidade e tamanho dos seus sistemas oculares. Muitos dos teleósteos das profundezas possuem mesmo grandes olhos, com diferentes adaptações, de modo a aumentar a sua sensibilidade e campo visual.

            A retenção de luz funcional e substancial, a profundidades abaixo dos 1000 m, por parte dos olhos desses peixes, tem de ser em resposta ao fenômeno da bioluminescência. Muitos dos seres que coabitam nesse ambiente, incluindo invertebrados, possuem estruturas bioquímicas que lhes permitem a emissão de luz. Um dos seus pressupostos será o uso dessas estruturas, associadas aos órgãos de visão, para reconhecimento intra e interespecífico.


Curiosidades:
  • Entre os cavalos-marinhos, é o macho que dá a luz aos filhotes. A fêmea produz os óvulos e os coloca em um saco de incubação no abdome do macho. Lá, o macho lança os espermatozóides (fecundação externa) e os fertiliza. Nessa bolsa, os embriões se desenvolvem até o vigésimo primeiro dia, quando se dá o "parto".
            Podem nascer até 450 ou 600 filhotes de cada vez. Durante o período de gestação, a fêmea visita o macho e os dois realizam rituais de comunicação que os aproximam. Nessa época, eles ficam mais brilhantes e "dançam" ao redor de uma planta marinha, agarrados pelo rabo.
  • O peixe é riquíssimo em proteínas e fósforo, além de outras substâncias necessárias ao nosso corpo. É um alimento extremamente saudável. Deve ser consumido por todos, desde a infância.
            Desde a Pré-História, em qualquer lugar do nosso planeta, o homem vem capturando peixes para se alimentar. A pesca, a venda e a industrialização constituem um ramo muito forte da economia de diversos países como, o Japão, a Noruega, a Rússia, Portugal, peru, etc.
            O Brasil possui uma indústria pesqueira em grande desenvolvimento. Mas, como tem um litoral de mais de 9.000 quilômetros, além de muitos rios - maior bacia hidrográfica do mundo -, conta com possibilidades de ser um dos maiores produtores mundiais de pescados e a garantia de alimentação de sua população.

fonte: http://www.portalbrasil.net